Primeiro, ainda existem muitas pessoas que nunca fizeram uma espirometria, que é fundamental para se fazer o diagnóstico, ou que se deparam no seu dia-a-dia com dificuldade em trabalhar ou mesmo simplesmente em viver e não sabem porquê. Por outro lado, existem muitos trabalhos e reputados investigadores que referem que muitas pessoas fumadoras não têm critérios para serem diagnosticados com DPOC, mas apresentam muitos sintomas e já algum grau de alteração na espirometria, o que pode querer indicar que será necessário adaptar os valores de referência para esta população, de modo a que não estejam tanto tempo sem atenção médica.

Os dados em Portugal são assustadores. Em 2015 um terço da população fumava ou tinha fumado recentemente e o tabagismo foi o responsável direto por 11% das mortes no país. Existe ainda um maior predomínio dos homens: 31% versus 22% nas mulheres. Infelizmente, as estatísticas revelaram que os fumadores com DPOC apresentam maior consumo de tabaco e maior dependência do mesmo, comparando com os fumadores que não têm DPOC. É de facto um problema importante e que torna ainda mais complicada a abordagem a estes doentes.

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Não vale a pena estar a pensar que pode trocar o cigarro pelo charuto ou o cigarro eletrónico. O perigo é o mesmo, só que com uma máscara diferente, aliás, é público que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia recentemente emitiu um parecer negando qualquer vantagem dos cigarros eletrónicos.