Uma visão geral e atualizada sobre o Cancro do Pulmão
- 15 de Abril, 2024
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O Cancro do Pulmão é uma doença grave, cada vez mais frequente em Portugal e no mundo. No nosso país é o cancro com maior incidência e mortalidade nos homens e está em 2º lugar nas mulheres.
A abordagem a este tipo de neoplasias exige um foco multidisciplinar e individualizado, considerando a biologia do tumor, o estadio da doença e as condições clínicas da pessoa.
As opções terapêuticas podem abranger desde intervenções cirúrgicas, radioterapia e quimioterapia convencional, até modalidades de tratamento mais recentes, como terapêuticas-alvo ou a imunoterapia, que têm revolucionado o prognóstico para muitos doentes.
Etiologia
O tabagismo é a causa mais comum, responsável por cerca de 85% dos casos.
A exposição ao fumo passivo, poluição atmosférica, a produtos químicos e radiação também podem aumentar o risco.
Os diferentes tipos de Cancro do Pulmão
Os tumores pulmonares são classificados em dois grandes grupos, de acordo com a morfologia das suas células.
Esta diferenciação é importante, visto que cada categoria compreende estratégias terapêuticas distintas:
- Carcinoma Pulmonar de Não Pequenas Células (CPNPC): Representando aproximadamente 85% dos casos de neoplasias pulmonares, o CPNPC é um termo abrangente que engloba diversos subtipos de tumores pulmonares, cada um com suas particularidades histológicas e padrões de comportamento clínico, incluindo:
- Adenocarcinoma: o subtipo mais prevalente de CPNPC. Este é frequentemente diagnosticado tanto em indivíduos que nunca fumaram quanto naqueles com histórico de tabagismo.
- Carcinoma de Células Escamosas (epidermóide): Geralmente manifesta-se nas regiões mais centrais do pulmão, próximas ou dentro dos brônquios principais. A sua incidência está intimamente ligada ao consumo de tabaco.
- Carcinoma de Grandes Células: destaca-se pelo rápido crescimento e alta propensão a metástases, o que representa um desafio terapêutico significativo.
- Carcinoma Pulmonar de Pequenas Células (CPCP): Constituindo cerca de 15% dos casos, este tipo é reconhecido por sua agressividade, com uma alta taxa de proliferação e grande propensão a disseminação precoce. A associação com o tabagismo é especialmente forte.
Sintomas
Nas fases mais iníciais da doença, o cancro do pulmão é muitas vezes assintomático, o que representa um desafio acrescido para o seu diagnóstico atempado.
Quando a doença progride, os sintomas muitas vezes são confundidos com outras doenças respiratórias, como a DPOC ou a brônquite.
Os sintomas/sinais importantes incluem a tosse persistente, falta de ar, dor no peito, rouquidão, perda de peso, perda de apetite, fadiga e/ou a presença de sangue na expectoração.
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames de imagem, como a tomografia axial computadorizada (TAC), além de uma biópsia para confirmar a presença e o tipo de células cancerígenas em que consiste o tumor.
A biópsia geralmente é feita por endoscopia que avalia o interior dos brônquios do aparelho respiratório, a broncoscopia, ou por uma biópsia através de uma agulha através do tórax, com ajuda de uma TAC. Em certas situações, essa biópsia é realizada durante uma cirurgia.
Estadiamento
O estadiamento é essencial principalmente para determinar o tratamento correcto, mas também para permitr algum tipo de prognóstico sobre a situação.
É definido com base no tamanho e localização do tumor primário, envolvimento de gânglios regionais ou pela presença ou não de metástases à distância.
A precisão no estadiamento é habitualmente alcançada através de uma combinação de exames de imagem (como PET-CT) com procedimentos endoscópicos (EBUS).
Tratamento e prognóstico
As opções de tratamento incluem a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapêutica-alvo e imunoterapia.
O tratamento escolhido depende do estadiamento, do estado de saúde geral do doente e de outros fatores.
O prognóstico varia muito de acordo com o estadio em que é diagnosticado e do tipo de cancro. Geralmente tem uma taxa de sobrevivência mais baixa do que outros tipos de cancro, como já referi.
Diagnóstico precoce e rastreio
A deteção precoce da neoplasia pulmonar reveste-se de uma importância capital na otimização da eficácia terapêutica.
Em Portugal, existe um esforço cada vez maior de consciencialização para a identificação precoce da doença e a determinação dos grupos de risco começa a ser vista como uma prioridade.
Os grupos sob maior risco são os dos fumadores, pessoas expostas a fatores de risco ocupacionais (como amianto, arsénio, e radão), indivíduos com antecedentes familiares de carcinoma pulmonar e aqueles que residem em áreas com elevada poluição atmosférica.
Para estes grupos, preconiza-se uma vigilância mais rigorosa, inclusive, em determinadas circunstâncias, a utilização de TAC torácica de baixa dosagem para o rastreio, o que pode diminuir a mortalidade de forma muito significativa (20 a 25%).
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